A Micareta de Feira 2023, que acontecerá entre os dias 20 e 23 de abril, promete ser histórica em muitos aspectos. Após uma pausa de três anos devido à pandemia de Covid-19, o maior carnaval fora de época do país terá um número recorde de artistas negros em sua programação. O Circuito Maneca Ferreira, onde acontecerão os desfiles, contará com a presença de grupos culturais e artistas negros que mostrarão a riqueza cultural e a ancestralidade do povo negro.
Parte dos grupos culturais e artistas negros que desfilarão na Avenida Presidente Dutra, exibindo a riqueza cultural e a ancestralidade do povo negro, foi anunciada pelo prefeito Colbert Martins Filho e pelo secretário de Cultura Esporte e Lazer, Jairo Carneiro Filho, no último dia 5. Entre os artistas que se apresentarão nos quatro dias oficiais de festa, 70% são pessoas pretas, de matriz africana.
A produtora cultural Lourdes Santana, integrante do Conselho de Cultura, parabenizou a organização da Micareta de Feira por trazer essa visão ampliada de inclusão de artistas negros e afirmou que ter essa quantidade de pretos desfilando na avenida é de extrema importância. “Para mim, ter essa quantidade de pretos desfilando na avenida é de extrema importância”, pontuou.
Além dos cortejos formados por grupos de Feira de Santana e Salvador, artistas pretos de diversos segmentos também vão abrilhantar a folia momesca do feirense, incluindo Jau, Negra Cor, Olodum, Negra Jho, Tonho Matera e Luiz Caldas, entre outros.
“Eles estarão conosco fazendo o que mais sabem: música de raiz dentro do contexto da Micareta. Queremos dar a dimensão merecida ao povo negro, marcar esse fato histórico com muito cuidado e respeito”, afirmou o prefeito Colbert Filho.
No último dia de festa, o Cortejo Moviafro, fundado em Feira de Santana, desfilará no circuito Maneca Ferreira ao lado do bloco afro Ilê Ayê, que vem pela primeira vez à cidade. Val Conceição, representante do grupo feirense, afirmou que as forças estão sendo somadas para que a cultura de matriz africana de Feira de Santana ganhe cada vez mais respeito e espaço.
“As expectativas são as melhores. A gente já está se preparando há algum tempo e estávamos ansiosos para anunciar a vinda do mais belo dos belos para desfilar conosco”, declarou.
A Banda Didá, um grupo de percussão formado exclusivamente por mulheres negras, também desfilará em um dos cortejos. Negra Jhô, integrante do grupo musical, saiu de Salvador, no último dia 5, para acompanhar o anúncio oficial da banda em Feira de Santana, sua cidade natal.
“Aqui é o quintal da nossa casa. Vamos nos sentir super à vontade. Nossa apresentação é no sábado, a gente vem numa Corte Africana reverenciando e agradecendo a nossa ancestralidade”, revelou.